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Mostrando postagens de maio, 2021

Uma voz está nascendo...

 Muito em mim mudou. A travessia foi impulsionada através do luto, em 2015. Não me dei conta. Depois, de 6 anos, com análises e profundos mergulhos, dei-me conta dos meus traumas, dos dispositivos que o acionam... São monstros! Como ponderá-los para não destilar tanto ódio? Com o luto, eu tive que me encarar: quis voltar, porém, já não era mais possível: eu já tinha sido lançada para um outro lugar.  Esse lugar, chama-se vida adulta, sem firulas.  A liberdade tem um preço, um custo: custa crescer... custa deixar velhas neuroses, raízes profundas. Custa dizer não! Custa... Um dia, minha analista, disse: Escute esta música quando chegar em sua casa: "Debaixo d´água", da Maria Bethânia. E eu como uma pisciana invicta, sempre tive dificuldade de respirar. Quando fui lançada para vida adulta, muito cedo, sempre me senti com dificuldades de respirar, pois, tomar decisões e bancar com elas, era muito difícil, ainda é: e com o peito efervescendo de raiva, ressentimento, medos, tr...

Desamparo

 Descobri, a pouco tempo, que há uma "menina" em mim desamparada. Digamos, uma criança desamparada, feria pelo desamparo; e que de alguma forma, carreguei-a comigo por esses longos anos.  Adianto que deixá-la ir, não é tarefa fácil. É desértico a sensação de desamparo.  Na verdade, estou ainda a elaborar esta questão em minha cabeça. Até porque, sentir-se desamparada é o mesmo de estar sozinha. Às vezes, sinto que minha voz ecoa em um lugar escuro, solitário... Mas, a ideia de que estamos sós, vem me acalentando, por mais paradoxal que seja.   Além disso, há uma problemática que me rodeia: por que desejamos que o outro deseje o que estamos desejando? Claro, que essa problemática-afirmativa é do Lacan, psicanalista francês. Tudo é fruto do nosso desejo. Será que se chegarmos à gênese de algum desejo que nos atordoa, amenizaremos às dores cotidianas?  Bem, eu sempre sofri com términos de relacionamentos: como não namorei muito, pois, o único namorado que tive...