Eu hoje, mais uma vez, inventario a minha dor.
Talvez esta página tenha o intuito de inventariar a dor. Isto, soa esquisito! Nunca fará nenhum sentido, nem se quer será lida, com razão! As pessoas querem entretenimento, não escritas que, por vezes, sejam gatilhos. Mas, assim mesmo, eu falo. Falo com muitos e muitas; falo sozinha: que seja assim. De alguma forma, particular ou não, todos sentem dor - àquela amiga que vociferar por socorro.
Porém, de pouco em pouco, hoje, estou aqui para comunicar uma coisa, caro a mim: que nós, pobres e marginalizados, não temos nosso lugar no mundo, sobra-nos os restos. Existe um grande problema em aspirar desejos e sonhos que não fazem parte da sua classe social. Aparentemente, esta colocação é dura, porém, de fato, faz-se concreta e real. Nem todos os sonhos são para todos sonharem, é verdade! Difícil realidade! Porque tem a questão de classe.
Eu, como boa pisciana, já sonhei muito, e, ainda sonho. Mas, vejo que por mais que nos esforçamos; por maior que seja o sacrifício, sempre estaremos longe de sonhar os sonhos que não nos pertence. Às vezes, o esforço é descomunal, nos precipitamos ao dizer que conseguiremos a partir do nosso esforço, mas, ele não é suficiente. E continuar lutando, para ocupar lugares que não são teus, para ter o seu lugar no mundo, não é nada fácil. Desanima.
Hoje, a minha dor vem com raiva, ódio de classe... Eu estou anos luz atrás... É uma corrida desonesta e humilhante. É fácil falar em ressignificar quanto temos todas possibilidades do mundo, porém, para quem é pobre, por mais que haja esforço desmedido, às coisas são diferentes A luta não é individual! Vi muitos dos meus fazendo de tudo para melhorar sua vida, e nada mudou, quando não, piorou. De que adiantou lutar? Sendo, que nada mudou? Sendo que estamos no mesmo lugar de sempre...
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