Escrevo para sentir melhor.
Semana difícil; semana solitária.
De alguma forma algo foi sucumbido de mim; por um lapso a vida se esvai.
Acho que este é o meu tom.
Escrevo porque dói; porque sangra, porque ferve... Sentir, normalmente, é um ato solitário, principalmente, quando nos tornamos analfabetos emocionais: assim estou! Por isso necessito escrever para ver se esta dor se esvai e se compreendo melhor os meus próprios sentimentos. Pois bem! Polidez! Aqui é um espaço público. Os meus cadernos são mais privados. Escrevo em tudo que posso! Talvez, eu não consiga conter o meu ego.
Ainda encontro-me na escrita do meu prólogo. Talvez, seja por isso que encontro-me, atualmente, tão desnorteada e perdida, pois, estou indo para um outro lugar. Quando escrevo, melhoro-me! Quando escrevo sou obrigada a sair do meu lugar para ser realocada, ou, transportada para outro lugar. Escrever é um remendar-se, dói!
Perdi o traquejo com a vida. Na verdade, eu ando entalada. Talvez seja um excesso de ego, bem provável! Eu ando entalada com muitos. Deficiência minha não deixar essas agruras ir embora. Eu não aguento mais essa existência sucumbida por afazeres, responsabilidades e inverdades. Somente a verdade tolerável, mas, e quando esta verdade transforma-se em gritos e loucuras? E quando sua agressividade é latente. São dias! Dói viver e existir. Pois é! Aqui, neste espaço, eu deveria me conter, deveria não deixar transparecer esses afetos tristes que ressoam dentro de mim. Mas, não consigo! Como disse, talvez, o meu ego esteja extrapolando os limites. Eu preciso deixar de me sentir entalada: doce ilusão.
Estamos entalados com tudo: com a política atual; com o genocídio da população negra no Brasil; com o desemprego e fome, com a solidão, com a família que não se importa, com os amigos que não são tão amigos assim, com o tempo seco, com a porta enferrujada, com a falta de disposição...
Há dias em que é difícil sentir essas coisas... Há dias em que gritar seja a única alternativa!
Pois bem! O analfabetismo emocional é tamanho, que,veja bem: eu escrevo, escrevo e escrevo e não consigo chegar ao cerne da questão. Por quê? E fim. São lapsos e lacunas.
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