Por que escrevo? Por que a(s) escrita(s) ferve(m)?

Primeiramente, devo apresentar minhas reais intenções ao pensar e concretizar este blog. Somos, cotidianamente, atravessados por sentimentos, afetos, questões, aspirações, transgressões, reflexões, inquietações, eventos e acontecimentos. E, nem sempre, conseguimos elaborar esses atravessamentos. Até aí, ok?! Porém, quando não conseguimos elaborar, de forma honesta, esses atravessamentos, algo, fica embargado, reprimido.  Como se fosse uma voz-muda, paradoxal, não é mesmo?! Então, penso, que a partir da escrita, no caso, das escritas que fervem, eu possa, sim, conectar-me melhor comigo mesma e compreender melhor esses atravessamentos. A escrita é um exercício forte, efervescente e dolorido que nos desloca para outro lugar. Quando escrevo a minha pele ferve e, também, a do outro. E é nesse exercício de tentar me reconectar comigo mesma e com o outro, que, de alguma forma, decidi exercer esta e, tantas outras, escritas que estão porvir. Escrevendo eu estou mais perto da minha ancestralidade, da feminilidade e do outro. Eu não existo sem que o outro possa existir com dignidade.  

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