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Mostrando postagens de junho, 2020

Amizade: etnia, classe, cultura e história.

Hoje, estive imersa, ou melhor, submersa o mais profundo possível na escrita da minha tese, mais propriamente, em meu prólogo: escrita que ferve e potente. Da escrita desse prólogo surtem várias questões, atravessamentos. São brutos, intensos, são meus e de tantos outros brasileiro que são produtos de um projeto liberal de embranquecer a população negra e indígena.  Mas, hoje, aqui, debruçar-me-ei a pensar sobre a amizade, análogo também a esse exercício da escrita de um prólogo, mas, que não cabe nas linhas de uma tese. Nem sempre a vida, em sua mais genuína existência, cabe em páginas e meandros de uma tese. Dirão-me: mas é claro, sua escrita se dá, ou,  constitui-se em um campo científico no qual não tem espaço para o Eu. Talvez, seja este o propósito deste blog: transpassar às escritas acadêmicas. A escrita é algo forte para mim, que ferve; que a partir dela eu possa compreender melhor o mundo e, por conseguinte, a mim mesma. Que eu não tenha medo desse exercício tão profí...

Por que escrevo? Por que a(s) escrita(s) ferve(m)?

Primeiramente, devo apresentar minhas reais intenções ao pensar e concretizar este blog. Somos, cotidianamente, atravessados por sentimentos, afetos, questões, aspirações, transgressões, reflexões, inquietações, eventos e acontecimentos. E, nem sempre, conseguimos elaborar esses atravessamentos. Até aí, ok?! Porém, quando não conseguimos elaborar, de forma honesta, esses atravessamentos, algo, fica embargado, reprimido.  Como se fosse uma voz-muda, paradoxal, não é mesmo?! Então, penso, que a partir da escrita, no caso, das escritas que fervem, eu possa, sim, conectar-me melhor comigo mesma e compreender melhor esses atravessamentos. A escrita é um exercício forte, efervescente e dolorido que nos desloca para outro lugar. Quando escrevo a minha pele ferve e, também, a do outro. E é nesse exercício de tentar me reconectar comigo mesma e com o outro, que, de alguma forma, decidi exercer esta e, tantas outras, escritas que estão porvir. Escrevendo eu estou mais perto da minha ancestra...